terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Olá! O assunto é a relação entre tradutor e máquina. Vamos encarar?

   
Em 2001, quando tive meu primeiro contato com uma ferramenta de memória de tradução, ou de CAT (Computer Aided Translation), fiquei encantado com aquela coisa maravilhosa que tornaria meu trabalho tão mais fácil e mais produtivo. Contudo, o que mais ouvi na época foram comentários categóricos como "traduções feitas com isso são uma merda", ou "daqui a pouco, isso acabará com nossa profissão". Curiosamente, são os mesmos comentários que ouço agora sobre a tradução automática (ou de máquina, como preferem alguns, inclusive eu, mas desde já abro mão da preferência em prol daquela que parecer ser a dos colegas em geral).
            A introdução das ferramentas de CAT modificou profundamente o modo de trabalhar de toda a nossa categoria profissional, para o bem e para o mal. Ser apenas bom linguista e rápido na digitação (ou datilografia, as IBM e Olivetti resistiam) já não bastava e ser proficiente em teclas, atalhos, menus e administração de terminologias se tornou essencial. Quem se adaptou, prosperou. Quem não o fez, foi parar em nichos, fossem os de mercado, para sobrexistir, ou da parede de algum campo santo, para descansar em paz. Para mim, não há a menor dúvida de que algo semelhante está se dando já há algum tempo com a tradução automática ou MT (Machine Translation) e é sobre isso que pretendo conversar doravante com vocês.
            Mas não só sobre isso. Conversaremos também sobre outras ferramentas auxiliares que ainda são pouco conhecidas ou que causam muita confusão no meio tradutório. Afinal, todo mundo conhece pelo menos um tradutor que ainda confunde OCR com despedefador, não é mesmo?
            A propósito, o uso do termo "conversar" ali em cima é literal, quer dizer, se me deixarem aqui falando sozinho, vai virar monólogo, que é coisa chata pra chuchu e que sem camarão junto, não presta.
            Isto posto, vamos nessa. Onde vai dar, vocês verão, só depende de nós.

PS: não percam tempo procurando "sobrexistir" no dicionário, é cunho meu. Faço muito dessas coisas, relevem.

5 comentários:

  1. Oi Ricardo! Como teu fã, agradeço. Estava na hora, já.

    Danilo

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  2. Muito bom, finalmente alguém para falar sobre o outro lado da "temida" MT e quetais. Assisti sua fala na Conferência do Proz e como já vi que você tem muito a dizer que vale a pena ouvir, serei visitante assídua, com certeza.

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  3. Olá, Ricardo. Já nos encontramos no twitter (na pequena louvação ao Paul Newman) e fico feliz por ter mais esse boteco virtual para discutir tradução. Sou tradutor desde 2005 e não consigo conceber um profissional da área que trabalha sem CAT Tools. Também já usei a MT como mais um auxílio à tradução, mas, pelo que vejo, ainda tem mais um par de coisas a saber sobre o assunto.
    Grande abraço,
    Michel (@michelteix)

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